27 DE MAIO DE 2021

Consultas médicas pelo WhatsApp: como manter os dados seguros?

As comunicações estão cada vez mais rápidas e é muito comum que as pessoas queiram resolver todo tipo de coisa por mensagens. Mas, será que é possível fazer consultas médicas pelo WhatsApp? Como fica o cuidado com os dados dos pacientes nesses casos?

Acompanhe este artigo no qual explicarei a você como usar melhor o WhatsApp para atender e cumprir a legislação vigente!

É permitido fazer consultas médicas pelo WhatsApp?

O Conselho Federal de Medicina já se manifestou favoravelmente, permitindo as comunicações por WhatsApp tanto entre médico e paciente quanto com outros colegas. Cumpre ressaltar, no entanto, que o atendimento remoto sempre é secundário, não substituindo o contato presencial com o paciente.

As consultas médicas pelo WhatsApp podem ser usadas para um esclarecimento rápido. Elas são úteis especialmente no pós-consulta, quando a devida anamnese já foi feita presencialmente.

Quais são as obrigações dos médicos na proteção de dados dos pacientes?

Código de Ética Médica prevê, em seu capítulo IX, as condutas vedadas ao médico e que configuram violação de sigilo profissional. Além das já bastante conhecidas questões éticas, também deve-se observar atualmente o previsto na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), Lei nº 13.079/2018.

LGPD prevê um tratamento especial para os chamados dados sensíveis. Nesta categoria estão incluídas as informações médicas das pessoas, por isso é importante prestar ainda mais atenção na forma de armazenamento e divulgação dos dados dos pacientes.

Como manter a confidencialidade dos dados de pacientes no WhatsApp?

O WhatAapp conta com criptografia de ponta a ponta. Assim, as comunicações entre as partes são praticamente impossíveis de interceptar. No entanto, o compartilhamento das mensagens é livre. Nesse momento, é importante tomar alguns cuidados:

  • utilizar medidas de segurança no telefone e computador utilizado para acessar o WhatsApp, como autenticação por senha, antivírus e programas originais e autorizados;
  • exportar o histórico de mensagens trocadas com o paciente para e-mails que também utilizem criptografia, dando preferência a serviços pagos, pois algumas plataformas gratuitas exigem o acesso ao conteúdo dos e-mails como contrapartida;
  • salvar o conteúdo das comunicações, prontuários etc. apenas em servidores seguros e que contem com protocolos avançados de segurança da informação;
  • compartilhar informações sobre casos de pacientes apenas com colegas de confiança, mantendo o profissionalismo;
  • nunca compartilhar informações de pacientes com pessoas que não sejam médicas;
  • nunca compartilhar informações de pacientes em grupos cuja finalidade não é estritamente profissional, mesmo que seja composto apenas por médicos.

As consultas médicas pelo WhatsApp já são uma realidade para a maioria dos profissionais. Trata-se de uma forma de comunicação rápida, que permite o esclarecimento de dúvidas e o fornecimento de orientações aos pacientes sem a necessidade de aguardar por uma consulta.

O uso desse meio de comunicação, no entanto, não afasta o dever dos médicos de preservar o sigilo das informações de seus pacientes. Por isso, é importante tomar cuidado com as informações recebidas da mesma forma que se cuida de todos os registros do consultório.

Gostou do artigo? Para aprender mais sobre o assunto, veja também o texto sobre como a Lei Geral de Proteção de Dados afeta a área da saúde!